Nas prateleiras das farmácias e dos supermercados, o que não falta são opções de protetores solares. Com diversas especificações e formatos, cada um atende às necessidades de determinados grupos de pessoas. Só que, diante de tanta variedade, há quem se sinta até meio perdido na hora de decidir qual levar para se proteger contra os raios ultravioleta nocivos do sol, o UVA e o UVB.
Por isso, os dermatologistas Christiana Blattner (membro da SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia -, da SBCD – Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica – e membro do corpo clínico do Hospital Centro Médico de Campinas, SP), Frederico H. Sanchez (professor da disciplina Dermatologia do curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá, RJ) e Juliana Tepedino (especialista em cosmiatria) explicam, a seguir, a que se deve prestar atenção ao escolher o seu protetor solar.
Cada tipo de pele pede um tipo de protetor
Em primeiro lugar, é essencial encontrar um protetor solar feito no veículo ideal para o seu tipo de pele.
Para as oleosas, mistas ou acneicas, a melhor pedida são os protetores em gel, gel creme ou loção, que são mais finos e não obstruem os poros – o que pioraria a condição dessas peles. No rótulo deve haver a indicação de oil free. “Também é legal prestar atenção às indicações de toque seco, efeito mate ou controle de oleosidade”, diz Juliana.
Peles normais e secas se dão bem com os tradicionais cremes, cujos componentes são dissolvidos em substâncias mais oleosas.
Frederico recomenda que quem tenha muitos pelos use protetores em spray, já que espalha com mais facilidade. Para quem pratica esportes aquáticos, esses produtos têm que ser resistentes à água.
Em todos os casos, é importante espalhar o protetor de forma regular pela pele, evitando o seu “esfarelamento”.
“Se não for bem aplicado, o protetor solar perde a eficiência”, alerta Christiana.
Rosto e lábios merecem atenção especial
Usar um protetor solar especialmente para o rosto é extremamente vantajoso, pois, como explica Christiana, “a pele do rosto é totalmente diferente da pele do corpo. No rosto, temos glândulas sebáceas em grande quantidade, e a pele normalmente é mais fina, exigindo cuidados diferenciados. Muitas vezes, a pele do corpo é seca, mas a do rosto é oleosa”. Usar um produto não apropriado pode causar alergias, acne e obstrução dos poros.
O mesmo vale para os lábios: “Eles são extremamente fotossensíveis e sofrem danos causados pelas radiações UV, como envelhecimento, ressecamento, formação de fissuras e até doenças como herpes e neoplasias”, como afirma Juliana. Para protegê-los, basta usar um protetor labial em formato semelhante ao de um batom e não esquecer de reaplicá-los sempre que sentir os lábios secando.
Não ter produtos específicos para o rosto e para os lábios, porém, não é desculpa para não protegê-los contra os raios ultravioletas. “Na falta deles, a pessoa pode e deve usar o mesmo protetor solar do corpo. O mais importante é não ficar sem filtro”, aconselha Frederico.
O Fator de Proteção Solar ideal
A orientação da Sociedade Brasileira de Dermatologia é que todas as pessoas expostas ao sol no Brasil usem protetor solar com FPS mínimo de 30, para barrar os raios UVB, e com proteção contra os raios UVA, explicitada no rótulo por sinais de “+” ou pelas frases “Proteção UVA” ou “Proteção de amplo espectro”.
“O FPS é a principal referência para a escolha do produto. Significa por quanto tempo a mais ele pode proteger a pele das queimaduras solares em relação à situação em que a pele esteja desprotegida”, conta Christiana. Por exemplo: se a pele sem nenhuma proteção leva 10 minutos para ficar vermelha, com o FPS 30 ela levará 300 minutos para chegar a esse estágio.
Assim, Frederico complementa, “quanto maior o FPS, mais tempo a pele demorará para apresentar uma queimadura solar. Por quanto mais tempo proteger, melhor”.
Além disso, existem alguns casos que podem exigir que a pessoa use FPS mais elevado que 30. Os dermatologistas dizem quais:
- Antecedentes próprios ou na família de câncer de pele;
- Exposição contínua ao sol devido à natureza do trabalho;
- Presença de condições como melasma e rosácea;
- Tratamentos estéticos que sensibilizem a pele (com ácidos e laser, por exemplo) em andamento;
- Albinos.
O ideal é que cada pessoa consulte um dermatologista para determinar o melhor FPS para seu caso.
Mais do que protetores solares
Alguns produtos incorporam tecnologias e associam substâncias com outras funções aos protetores solares, tornando-os multitarefa. Christiana fala sobre as combinações que valem a pena:
Protetor solar hidratante
Preserva a oleosidade natural e confere um aspecto brilhoso à pele, garantindo a refração da luz solar. É indicado para peles secas.
Protetor solar com antirrugas ou anti-idade
Possui antioxidantes que preservam a saúde da pele e ajudam a retardar o processo de envelhecimento celular.
Protetor solar antioleosidade
Pessoas com pele mista e oleosa sempre devem buscar produtos que não deixem a pele ainda mais engordurada, são os chamados oil free. Além disso, existem protetores com microesferas matificantes, que absorvem o excesso de gordura da pele e a deixam sempre com aspecto seco, mas sem desidratá-la.
Protetor solar com maquiagem
Faz também as vezes de base. Contém pigmentos de cor que ajudam a proteger contra a luz visível, que causa envelhecimento precoce da pele.
Protetor solar antipoluição
Possui antioxidantes mais potentes, com o objetivo de devolver o viço à pele.
FONTE: Minha Vida