Um levantamento preliminar feito pelo Datasus mostrou que um em cada cinco nascimentos no Brasil é filho de um adolescente. Em 2016, esse número representou 431 mil bebês. A pesquisa mostra que, nos últimos dez anos, a taxa de crianças filhas de jovens com até 20 anos se mantém alta: 21,1% (2007) para 21,2% (2016).

O número é altíssimo se comparado com os Estados Unidos, por exemplo, que conseguiu reduzir 44% dessa taxa entre 2007 e 2015: de acordo com os últimos dados coletados lá, 6% dos nascimentos totais são de adolescentes.

No Brasil, os maiores índices são no Norte e Nordeste do país, onde cerca de um terço de gestações são de adolescentes. Já em São Paulo, as taxas são de 15,1% no Estado e 12,5% na cidade.

Um outro estudo do Ipea aponta que, entre as mães adolescentes, a evasão escolar é alta, com taxa de inserção no mercado de trabalho baixa. Os dados mostram que 76% das brasileiras entre 10 e 17 anos com filhos não estudam e 58% delas não estudam nem trabalham.

A solução para reduzir as gestações entre adolescentes nos Estados Unidos foi apostar nos métodos de longa duração, como o DIU e o implante:

Implante

É uma pequena haste que contém progesterona. O hormônio é liberado lentamente por até 3 anos. Ele é inserido por um médico, no braço da mulher, no próprio consultório com uma injeção e fica embaixo da pele. Já é eficaz depois de 24 horas da aplicação. O sangramento irregular é o efeito colateral mais incômodo, porém muitas pacientes podem ficar sem menstruar enquanto estiverem com o implante. A maioria das mulheres pode engravidar logo após a haste ser removida, se quiser.

DIU de cobre

O dispositivo intrauterino, mais conhecido como DIU, é uma estrutura de cobre inserida pelo médico no útero da mulher. Sua ação, conforme explica a especialista, interfere no transporte do óvulo, na migração dos espermatozoides e provoca uma irritação no endométrio, dificultando a fixação do óvulo. O DIU é um método contraceptivo com eficácia em torno de 97% e pode permanecer no útero da mulher de 5 a 10 anos.

DIU hormonal

Este DIU libera um hormônio que atrofia o tecido de revestimento interno da cavidade uterina. Essa atrofia impede que os espermatozoides cheguem às trompas e, caso ocorra a fecundação, esta não consegue se fixar na cavidade uterina. Esse efeito faz com que ele diminua a quantidade de sangramento menstrual, podendo ficar até sem menstruar em mais de 40% das usuárias, além de abrandar as cólicas e ter um efeito anticoncepcional maior.

FONTE: Minha Vida